Ed era uma pessoa difícil de conviver. Talvez pela sua esquizofrenia. Uma esquizofrenia que o deixava alheio ao mundo, medroso. E alguns poucos afortunados ainda sofriam nas mãos de Ed, literalmente. Ed tinha surtos e começava a esganar algumas pessoas. Pessoas que seu subconsciente doente escolhia, e ele esganava, apertava as mãos bem forte e com ódio no olhar. Quando voltava a si, ele não entendia o que estava acontecendo. Ele só conseguia ver a si mesmo com as mãos no pescoço de alguém. E como uma pessoa criada com bom caráter e com princípios, ele sentia-se enjoado com o que fazia, culpado... Caia em depressão e se fechava ainda mais em seu mundo. Ele mesmo não via salvação para si, nem esperança. E com aquelas tentativas homicidas, ele não via mais nem bondade.
Ed estava em um grupo de pessoas. Ele não sabia bem quem eram. Estava sempre perdido em seus pensamentos, tentando se isolar ao máximo do mundo. Olhava para a paisagem que passava pela janela do carro. Tudo perdendo sua forma num misto de loucura e cores, que o deixava fascinado e alheio. Olhava aqueles traços de verde, marrom, azul, branco, bege, vermelho, amarelo... Todas faziam e desfaziam grandes traços ao longo do percurso. Era como escrever a história da viagem, escrever em cores. Ed sorria com seus pensamentos. Era um cara inteligente, e sempre tivera pensamentos perceptivos, mas a esquizofrenia o ocorreu e ele preferiu se calar. Ele mesmo sentia que todos os seus pensamentos eram loucos. Melhor mantê-los para si.
Em um desses momentos presos em seus pensamentos, ele se afundou em uma suspensão... Mas como toda suspensão, ele não a percebeu, exceto quando ele já estava acordando. Acordou com as mãos tentando matar Ryan, um dos rapazes que estava no carro. De imediato Ed soltou o aperto, deixando Ryan buscar pelo tão preciso ar, tossindo pelo esforço. Ed estava assustado. Sentia-se como um assassino. Encolheu-se e levou a mão ao rosto.
– Filho da puta...– Dizia Ryan, com a voz falhando.
– Ele não tem culpa, e você sabe disso, Ryan.– Falava Cristiana.
Ed reconheceu a voz, era a mulher que ele amava. Sua melhor amiga de infância. Um dia a considerou como irmã, até começar a vê-la como mulher. Amou-a, e ela amou a ele. Mas os bons momentos faziam parte do passado. Ed sequer percebera que ela estava ali até aquele momento. Ele queria distância do mundo, queria ser preso e deixado só. Talvez assim ele não machucasse mais ninguém.
– Ele... Qua-quase me ma-ma-matou, Cris.
– Eu sei, mas ele não tem culpa. É uma doença.
Ryan olhava-a sério. No fundo sabia que ela estava certa. Mas ainda assim, tinha medo de ficar perto de Ed. Ele fora um dos escolhidos pelo subconsciente maluco de Ed para ser um alvo, e isso não o deixaria seguro em nenhum dos momentos em que Ed entrasse em suspensão.
Ed ouvia tudo alheio, calado, contendo o próprio choro. Odiava-se por não ter o controle da própria mente, dos próprios impulsos, e pela mente ter impulsos de matar um homem. Ele só queria acabar com aquilo, de um jeito ou de outro. Não queria ser um assassino, um louco, um alheio. E não sabia como voltar a ser ele mesmo. Queria acabar com aquilo.
Acordou. Estava em um beco escuro. As imagens não voltavam para a sua cabeça. Levantou-se. A cabeça doía. Sentia-se estranho. Olhou para os lados, tentando ver alguma coisa ou alguém. E viu.
Era Ryan, deitado no chão, inconsciente. Ao ver o estado do homem deitado no chão, Ed sentiu o vômito bater-lhe na garganta. O crânio de Ryan tinha sido cortado, e o lugar onde estaria o cérebro, só tinha um pequeno pedaço daquela massa retorcida. Ao lado da cabeça de Ryan, tinha um garfo ensanguentado. Rapidamente Ed soube o que acontecera, o que ele fizera. Sentiu nojo de si, do seu corpo, do lugar, so pensamento. Ele fora capaz de tal atrocidade¿ O vômito finalmente ganhou sua garganta e foi jogado no chão, deixando a mostra pedaços do órgão retorcido parcialmente digerido preencherem o líquido esverdeado. Ed enojava-se. Ele era um monstro.
Texto escrito em 2012, baseando em um sonho que tive, onde eu era Ed.
Ed ouvia tudo alheio, calado, contendo o próprio choro. Odiava-se por não ter o controle da própria mente, dos próprios impulsos, e pela mente ter impulsos de matar um homem. Ele só queria acabar com aquilo, de um jeito ou de outro. Não queria ser um assassino, um louco, um alheio. E não sabia como voltar a ser ele mesmo. Queria acabar com aquilo.
Acordou. Estava em um beco escuro. As imagens não voltavam para a sua cabeça. Levantou-se. A cabeça doía. Sentia-se estranho. Olhou para os lados, tentando ver alguma coisa ou alguém. E viu.
Era Ryan, deitado no chão, inconsciente. Ao ver o estado do homem deitado no chão, Ed sentiu o vômito bater-lhe na garganta. O crânio de Ryan tinha sido cortado, e o lugar onde estaria o cérebro, só tinha um pequeno pedaço daquela massa retorcida. Ao lado da cabeça de Ryan, tinha um garfo ensanguentado. Rapidamente Ed soube o que acontecera, o que ele fizera. Sentiu nojo de si, do seu corpo, do lugar, so pensamento. Ele fora capaz de tal atrocidade¿ O vômito finalmente ganhou sua garganta e foi jogado no chão, deixando a mostra pedaços do órgão retorcido parcialmente digerido preencherem o líquido esverdeado. Ed enojava-se. Ele era um monstro.
Texto escrito em 2012, baseando em um sonho que tive, onde eu era Ed.