Como me expressar em tal momento? Realmente não faço ideia, minha cabeça parece um labirinto de ideias e sentimentos, e eu me perco em mim. Hoje, final do dia 01 de Julho de 2012, tem 4 dias que a minha “filha” virou uma estrelinha. Fernanda “Mariana” Cristina veio a falecer na madrugada do dia 27, dando a luz a Sophie Carolina. Ao saber da morte da Nanda, eu não sei nem qual foi a minha reação. Acho que morri por dentro. Eu realmente não a conheci pessoalmente, não dei um abraço apertado, não pude gritar pelo nome dela, como tanto prometi, mas ela estava aqui, bem no fundo no meu coração, e ainda está. Eu demorei pra acreditar, a verdade me atingia aos poucos, em ondas... Como se eu tivesse em uma tempestade, o mar revoltoso, uma tormenta... Eu ficava paralisada, e ria, pois aquilo tudo parecia uma piada de mau gosto... E depois chorava, gritava... Eu olhava no espelho e queria me arranhar, eu queria entalhar a dor na minha pele... À noite, na praia, eu gritei, e chorei... E dói lá no fundo..
Engraçado como todos tentam te consolar nessas horas. A morte trás isso: união. Quem nem falava comigo direito, tentou me consolar, mas a dor batia fundo, e não há consolo que dê jeito na dor. O tempo à torna suportável, rotineira, mas dói para sempre... Não vou dizer que me arrependo, eu acho que valeu a pena conhece-la, mesmo com esse sofrimento que sinto agora. E que presente lindo ela deixou, a Little Princess Sophie Carolina. Tão linda, com os olhos da Nanda. Linda, linda, linda.
Mas ainda sinto essa dor seca dentro de mim. Latente, pulsante... Tanta coisa que ficamos por viver, tanta coisa que ficou por dizer. Os filmes que eu disse que a faria assistir, a casa em White Hill que eu ia força-la a visitar. Tanta coisa. Sinto tantas saudades. Tantas saudades. Eu queria escrever um lindo texto, para ela, pois ela merecia... Mas nem pra isso minha cabeça funciona direito nesses momentos. Só dói. E quando eu penso que as lágrimas secaram, vem outra enxurrada. É inevitável não dar um sorriso ao ver suas fotos, ver fotos da Sophie.. Mas a dór é insuportável, eu tenho vontade de gritar... Só que estão todos tão preocupados comigo, com o que já passei, que eu não ouso chorar mais do que já chorei... Não quero que eles fiquem com melindres para o meu lado, não gosto disso e não ajuda em nada. Eu só queria ficar sozinha e chorar, e gritar, e deixar o mar levar essa dor de mim. Meus olhos não param de arder, essas lágrimas que ainda teimam em se multiplicar. No dia 29, um dia após eu saber da morte da minha “filha”, eu postei no facebook:
“Me desculpem. O dia a dia, as indas e vindas, sempre me foram comum, sempre me passaram facilmente. Sempre guardei as pequenas dores, transformando-as em inexistentes, mas não hoje, ou ontem, ou antes, ou amanhã e depois. A dor está latente aqui, lá no fundo, lancinante. Enquanto uma pessoa chega, outra vai embora. Não é de nossa escolha, simplesmente acontece, e a vida segue em frente, nos arrastando nessa correnteza medonha. Às vezes somos arrastados pela correnteza, como troncos secos de vidas que morreram dentro de nós, mas podemos virar raízes fortes e nos segurar. Hoje eu estou sendo um tronco seco... Hoje é um dia em que me pergunto o sentido do amanhã... Me questiono das grandes verdades. O começo, o progresso e o fim... Pra quê? Eu não sei. Grito, choro, esperneio, me jogo na água, e me calo, e o vazio ainda está ali. Falta aquela voz que fala comigo todo dia, aquela voz de anjo. E quando penso que acabou... Cadê a verdade e justiça nisso? Porquê? Eu odeio o primeiro semestre de todo ano. Sempre algo acontece, alguém se vai, e eu fico vendo a pessoa subir no trem... E eu fico na estação, desolada. E hoje eu digo "adeus" a um dos grandes amores da minha vida... E reconheço a marca indelével que deixou na minha alma. O mundo foi melhor por causa dela, e hoje me parece vazio e escuro. I FEEL EMPTY! Não posso dizer nada, segredo doloroso de poucos. Te amo, amei e amarei. Always. 'And i'd give up forever to touch you'. Te amo... Dorme com os anjos, e sonha comigo, pois eu sempre vou sonhar contigo.”
Mas o que posso fazer. "
É a mais pura verdade. Vazio, é o que sinto. Essa falta de vida. Um pedaço da minha alma morreu, e nunca poderá ser ocupado por outra pessoa.
Nanda, se você puder ouvir, estou cantando essa música pra você, agora:
Filho meu, meu bebê. Filho do coração.
Fique assim, perto de mim, para ouvir esta canção.
Se você vai dormir, ao seu lado eu estarei.
Meu amor, podes sonhar, que toda a noite eu velarei.
Razão do meu viver, não irá mais sofrer.
Você é tudo pra mim, não há bebê tão lindo assim.
Meu amor, meu bebê lindo... Sua filha, OUR PRINCESS, é tão linda... Seus olhos brilhantes ela tem. Aquele olhar vivo. Que orgulho... Eu me orgulhei tanto de você, e ainda me orgulho. Você foi corajosa! Você se questionava como eu gostava de você, mas era tão fácil e natural. Você não era minha filha de verdade, até porquê, só tinha dois anos a menos do que eu... Mas no meu coração, eu te amava como mãe e como amiga. Minha brava filhinha... Os anjinhos te guiarão agora... A pequena Sophie Carolina (meu nome, uh? Eu sabia que você escondia algo, com essa mania de falar “Carolina, Carolina, Carolina”.... Que grata surpresa!) é linda, e muito amada. Pode ter certeza, tem muita gente aqui que a ama e zela por ela...
Além de você, o anjinho da guarda particular que ela tem. Agora você não pode mais sofrer, uh? Por tudo que passou... Te amo tanto, que dói... Principalmente agora, que sinto que não poderei nunca mais conversar com você, ver você segurando a Sophie... E sentir falta até pelo que não vivemos.
Te amo, Nanda, Nanda minha... Baby Holly.... Cioccolato con Fragola... Piece of my heart...
Pode "dormir", meu bebê, ao seu lado eu estarei.
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